ARARANGUÁ - A CIDADE DAS AVENIDAS

Município situado entre duas capitais, Florianópolis e Porto Alegre, as margens da rodovia BR-101, entre o oceano Atlântico e os Aparados da Serra Geral, banhado pelo caudaloso rio Araranguá e suas lagoas e embelezado pelo santuário ecológico do Morro dos Conventos. Possui as quatro estações do ano bem definidas, com uma população estimada em 60 mil habitantes. Foi o município epicentro do furacão Catarina em 2004.

domingo, 27 de janeiro de 2008

FOTOS AÉREAS DE ARARANGUÁ por tadêusantos

ARARANGUÁ - A CIDADE DAS AVENIDAS

Fotos de 2002
Aérea parcial de Araranguá


Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens
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Fotos tadêu santos / É proibida a utilização das fotos sem a autorização do autor.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Araranguá e o seu desenvolvimento

ARARANGUÁ E O SEU DESENVOLVIMENTO!
(NÃO É APENAS O QUE PENSO A RESPEITO, MAS O QUE UMA GRANDE MAIORIA CONCORDA...)

Tadêu Santos
(Escrito nas últimas horas do ano de 2007).



Passagem de ano sempre é desafiador, faz com que reflitamos sobre a vida e revejamos o que fizemos e não fizemos no ano que passou e o que poderemos fazer no ano que está por vir. Daí a razão do texto, em mais uma tentativa de promover reflexão não só nas mentes, mas também nos corações dos araranguaenses, já que temos ao longo dos últimos anos tentado provocar a discussão sobre o cenário socioeconômico e ambiental de Araranguá. O desafio é para todos os araranguaenses que gostam e ‘’realmente’’ preocupam-se com o futuro do nosso município. Se considerarem a proposta relevante e fundamentada então repassem, mas se é descabida e despropositada então que a critiquem. Em uma rara oportunidade com dirigentes de um setor produtivo do município percebemos certo descaso para com o ambientalismo, como se fosse o culpado pela estagnação econômica do município, quando que a culpa está na ausência de um projeto ou de um plano de desenvolvimento. Como segmento organizado da sociedade civil nos compete a construção de idéias e planos fundamentados em princípios éticos e socioambientais, onde sempre haja a interação equilibrada entre o homem e a natureza.

Por que Araranguá não se desenvolve como Jaraguá do Sul no norte do Estado? Alguns afirmam que é a proximidade com Joinville e Blumenau que determinou o invejável crescimento deste município que em 1985 era menor que Araranguá. Outros apostam que o fator predominante é a combinação da cultura da população com a determinação dos empresários. No entanto outros entendem ser um conjunto de fatores que promove o desenvolvimento de um município e/ou região. Fatores estes que estão acima dos interesses pessoais, privados ou políticos partidários.

Araranguá precisa de um projeto que aponte suas necessidades e potenciais vocações, que estas regras básicas sejam debatidas com a população e finalizadas num plano de ação à médio e longo prazo, porque os imediatistas comprovadamente funcionam apenas eleitoralmente, já que dificilmente obtêm resultados satisfatórios. Nem sempre o melhor desenvolvimento é aquele que aparenta ser, com as vantagens apenas para uma pequena parcela da população criando uma profunda desigualdade na teia social. O bom desenvolvimento é aquele tipo ‘’esterco’’ que quanto mais espalhado mais efeito faz. Bem como disse o engenheiro e escritor Bautista Vidal – o criador do Pró-Álcool, ‘‘O desenvolvimento econômico deve privilegiar os interesses e o bem-estar da população e não só os ganhos capitalistas dos empreendedores” ou como a Ministra Marina da Silva quando definiu "Que o meio ambiente não seja visto como mais uma camada de dificuldade para o desenvolvimento, mas como a única forma do desenvolvimento ser de fato sustentável para todos os segmentos da sociedade.

O bom senso estipula um percentual para a quantidade de comércio e indústria, quando percebemos que Araranguá não consegue manter este equilíbrio, pois o percentual de comercio é bem superior ao da indústria. Este quadro com predominância de salas comerciais inflaciona o setor gerando uma troca de moedas fracas e exagero de uma mesma atividade como farmácias e locadoras de DVD, uma ao lado da outra numa total falta de ética comercial. A indústria já tem um perfil diferenciado, pois o produto geralmente é ‘’exportado’’ não havendo esta infrutífera competição comercial. A indústria não precisa necessariamente ser exportadora, pode ser também acolhedora como o turismo. O importante é a dinâmica de divisas que entram no município, como em Gramado/RS, por exemplo, onde entra mais dinheiro no município do que sai. OBS. Os estabelecimentos comerciais que mais arrecadam em Araranguá não investem no município, muito pelo contrário...

A região tem potencialidades naturais espetaculares e exclusivas no Estado, mas que ainda não recebeu projetos adequados para a sua preservação e exploração eco-turística. Todo o empenho de transformar as áreas de preservação permanente - APP em Unidades de Conservação – UC da AMESC, como forma de habilitá-las a receber recursos, estão emperradas por algum motivo político ou estão achando que ainda podem detonar com as APPs, já que como UC não será mais possível. Ora, a única possibilidade legal é através dos Planos de Manejo obrigatórios para a implantação das Unidades de Conservação via Ministério Público. A criação de uma infra-estrutura adequada para a preservação ambiental, o conforto dos visitantes para o Morro dos Conventos e a utilização ordenada da Lagoa do Sombrio são dois exemplos de uso sustentável das Unidades de Conservação. O município precisa estar integrado com a região em todos os aspectos, afinal não é só com o Arroio do Silva que temos ramificações territoriais, mas também com Praia Grande e Morro Grande, por exemplo, pois vivemos numa pequena aldeia regional, os interesses dos turvenses são os mesmos dos sombrienses e assim por diante...

Para nossa cidade de Araranguá tornar-se mais saudável é indiscutivelmente necessária a implantação do sistema de esgotamento sanitário. Já existe um avanço da atual administração que investiu num anteprojeto elaborado por técnicos da UFSC, mas falta o projeto executivo da obra para possibilitar a obtenção de recursos. Uma cidade que cuida adequadamente dos seus resíduos sanitários atrai investidores, pois é sinal de qualidade de vida para a população.

Poderíamos citar aqui vários exemplos de ações de iniciativa coletiva que deram certo em Araranguá, como o Desvio da Duplicação da BR 101 – uma exemplar conquista da sociedade civil organizada, a mobilização para implantação do CGBHRA e recentemente a aprovação da Fundação Ambiental do Município de Araranguá – FAMA. São movimentos voluntários que deixarão resultados benéficos para toda população, com a parceria de todos os segmentos sociais, políticos e governamentais. Por isso acreditamos que um outro mundo é possível!

A fixação da foz do rio Araranguá, apesar do imenso impacto ambiental, ainda é um dos empreendimentos mais necessários para fomentar o desenvolvimento da pesca e do turismo, porém estamos deixando passar uma grande oportunidade de angariar recursos compensatórios com a Duplicação da BR-101, que apresenta justificativas únicas com a interferência das cheias do rio Araranguá na rodovia federal, bem como o imenso dano ambiental que a atividade carbonífera causa aos recursos hídricos da bacia do rio Araranguá. Estamos sozinhos neste movimento pró-fixação porque parece que os políticos não gostam de iniciar obras que possam ser estendidas ou venham a ser concluídas por outros governantes de outro partido.

Áreas de lazer de uso público e bem planejadas complementam a obrigação do setor público depois da saúde, educação, cultura, esportes, segurança e infra-estrutura com vias públicas. As áreas que poderiam ser aproveitadas ou revitalizadas esperam por projetos, como o Morro dos Conventos, as margens do rio Araranguá, o jardim da Praça Alcebíades Seara, o lago Belinzoni e o banhado da XV de Novembro...

Não que a construção de obra pública vai influenciar no desenvolvimento, mas afeta a qualidade de vida, como por exemplo, a falta de planejamento colocou o Hospital Regional num local inadequado, diariamente pessoas se perdem a procura do mesmo, inclusive araranguaenses (minutos e até segundos salvam vidas!!!). Na principal entrada da cidade uma rótula cria congestionamento pra quem está saindo da BR-101 e a Praça do Relógio do Sol – um dos principais cartões de visita não é valorizado. Indústrias de porte tentaram instalar-se no município na administração anterior sem sucesso. Em breve Sombrio e Turvo poderão ultrapassar Araranguá que é o município pólo da AMESC. A abertura da rodovia Jorge Lacerda pelo prefeito Antonio ‘’Dau’’ Ghizzo causou polêmica porque o CDL e mais outras entidades contestaram argumentando que o comércio do centro seria prejudicado porque os visitantes e veranistas não iriam mais passar por dentro do centro, ocorrendo a mesma reação quando iniciamos o movimento pelo Desvio da Duplicação por fora do perímetro urbano de Araranguá.

Enquanto isso o ‘’momento mágico da duplicação’’ está passando e os municípios mais organizados e preparados atrairão os melhores investimentos, portanto o município de Araranguá comportaria um ‘’distrito industrial’’ às margens da duplicação, seria o melhor investimento para o setor industrial com a expectativa de instalação de mais dez empresas tipo Pagé, por exemplo, para resolver o desemprego no município além de apresentar um reduzidíssimo impacto ambiental, ou seja, uma indústria sustentável! Observando que para desenvolver o turismo (eco) em Araranguá basta olhar pro Morro dos Conventos, pra foz do rio Araranguá, suas lagoas etc e explorar ordenadamente todas estas potencialidades, enquanto que para a agricultura o caminho é a agro-ecologia / agricultura orgânica.

Há quem afirme que um poderoso ‘’quarto poder’’ com grande capacidade de articulação rejeita idéias e projetos que proporcionem desenvolvimento para cidade, ‘’pois do jeito que está’’ estão ganhando dinheiro, se o município crescer vem a indesejável concorrência. A implantação do Plano Diretor pode combater este conservadorismo, pois é no momento o projeto mais importante do município, ou seja, disciplina o uso do solo e a expansão urbana de forma ordenada, além de envolver diretamente a sociedade com os compromissos do futuro. Por outro lado, indiscutivelmente a implantação da UFSC e do CEFET serão as maiores obras da história de Araranguá, pois a educação é fundamental na construção de uma sociedade moderna, com solidez estrutural, organizacional e intelectual.

Não basta apenas o setor produtivo buscar o tão almejado desenvolvimento. É preciso o engajamento da classe política e da sociedade civil através de seus segmentos organizados. Não é necessária a assinatura de nenhum documento ou protocolo, mas a tomada de consciência de forma abrangente, numa espécie de pacto em busca dos interesses coletivos. Têm-se disposição e paixão pelos times de futebol, por que não pelo desenvolvimento do município participando das associações comunitárias, dos movimentos sociais e das ONGs, adquirindo produtos locais, valorizando o comércio local e elegendo políticos realmente comprometidos com a região, enfim exercendo cidadania de fato!

Enfim, a querida e encantadora Araranguá que adotamos para viver, situada entre duas capitais, banhada pelo Oceano Atlântico, rio Araranguá, belas lagoas e protegida pelos Aparados da Serra Geral, tem tudo para ser ainda mais saudável, desde que passe a adotar uma espécie de pacto em busca de um ‘’desenvolvimento ordenado’’, que atenda nossas atuais necessidades sem prejudicar o direito das futuras gerações.

Comentando com um amigo o teor deste documento, o mesmo sugeriu que abordasse propostas viáveis para o desenvolvimento de Araranguá, que não ficasse apenas na crítica, quando respondi que apenas estou expondo idéias de como buscá-las democraticamente, e reitero que todos os outros cidadãos araranguaenses têm a obrigação de motivar, de uma forma ou de outra, a dinâmica geopolítica do município, exercendo cidadania. Estou fazendo a minha parte como cidadão, diga-se estritamente de forma voluntária (os registros históricos irão comprovar, já que espero que o texto seja publicado na integra!).

OBS. NO ANEXO, CARTA SOBRE ‘’UNIÃO FAZ A FORÇA’’ ESCRITA EM 2005.
www.sociosdanatureza.blogspot.com / www.aramericano.blogspot.com

domingo, 16 de dezembro de 2007

ARARANGUÁ SUL DE SANTA CATARINA

PROJETO PARA O ESGOTO SANITÁRIO DE ARARANGUÁ
(Um olhar socioambiental)







Administração Mariano Mazzuco inova através do SAMAE investindo no projeto de coleta, tratamento e disposição do esgoto sanitário para o perímetro urbano do município, que no nosso entender é a mais importante e maior obra da história de Araranguá. No auditório da AMESC, os técnicos da UFSC apresentaram uma rápida leitura da proposta, configurando as 13 bacias coletoras que se interligarão direcionando todo o esgoto para a Estação de Tratamento de Esgoto - ETE, propulsionada através de três reatores com sistema anaeróbico, inicialmente projetada para um terreno baldio às margens da rodovia BR-101, próximo a Aravel. Quando em funcionamento a ETE produzirá resíduo em forma de lodo que poderá ser utilizado em aterro ou adubo para reflorestamento e gás metano que poderá gerar energia para iluminar o Parque do Jardim Mané Angélica, por exemplo. A água resultante será jogada no rio Araranguá sem bactérias, vírus e parasitas. Um dos impactos negativos das ETE existentes é o odor emitido, mas um controle rígido poderá evitar este inconveniente.

A captação de água para abastecer a população araranguaense é feita no açude Belinzoni, localizado no centro do perímetro urbano, portanto, extremamente vulnerável a contaminação dos seus recursos hídricos subterrâneos. Uma segunda captação é feita na Lagoa da Serra, divisa com o município do Arroio do Silva e uma terceira na Lagoa dos Bichos no Morro dos Conventos, ambas vulneráveis a contaminação. O caudaloso rio Araranguá não poderá abastecer a população araranguaense pelos próximos 100 anos devido ao altíssimo comprometimento com a poluição causada pela mineração do carvão. Um prejuízo não só ambiental, mas econômico para o município, que nada tem sido feito para reduzir a criminosa poluição em seu mais valioso recurso natural ou mesmo exigir medidas mitigadoras ou compensatórias.

Fomos entusiastas desde o início da idéia do diretor do SAMAE, Ernani Palma Ribeiro, principalmente quando nos informou que havia mantido contatos com a UFSC para iniciar a elaboração do projeto de revitalização do Jardim Mané Angélica e do esgotamento sanitário. A idoneidade da instituição que elabora projetos desta envergadura é decisiva para a qualidade do empreendimento, por isso estamos insistindo junto ao Prefeito Mariano que reivindique junto ao DNIT e mesmo ao Ministério Público Federal, que a administração municipal tem o direito de contratar a instituição que apresente as melhores condições para elaborar ou concluir o Plano Diretor do Município de Araranguá, com os recursos oriundos do PBA das medidas compensatórias da Duplicação da BR-101.

Uma cidade que tem um sistema de esgoto sanitário implantado adequadamente é uma cidade privilegiada! Pode até não ser rica ou desenvolvida, mas saudável! Além de preservar o meio ambiente, principalmente os lençóis freáticos que dão a dinâmica aos escassos recursos hídricos, reduz os custos com o tratamento da água e reduz os índices de doenças nas camadas menos privilegiadas, resultando em melhor qualidade de vida a sociedade civil (Investir na prevenção ainda é o melhor investimento). A OMS prioriza e elenca o saneamento como condição indispensável para o desenvolvimento sustentável de um município, estado ou país. Porque afinal, o verdadeiro desenvolvimento é aquele que proporciona o bem estar a toda a população e o bem estar, incondicionalmente, depende da saúde das pessoas. Os organismos governamentais priorizam a liberação de recursos a fundo perdido aos municípios que evoluíram neste quesito, como esgoto sanitário, que eleva os Índices de Desenvolvimento Humano - IDH. Araranguá está despertando quando passa a investir em projetos sérios e abrangentes, projetos que exigem tempo de maturação e aperfeiçoamento, mas que proporcionam mudanças físicas positivas e de atitudes significativas. A instalação da UFSC e do CEFET, juntamente com a ETE são os maiores atrativos para o desenvolvimento sustentável do município de Araranguá, que virá de forma ordenada (soluções e obras imediatistas definitivamente não constroem bases sólidas).

Agradecemos e parabenizamos ao Ernani Palma Ribeiro (próximo Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá!!!) e ao Prefeito Mariano Mazzuco (que aos poucos está demonstrando espírito participativo) pela oportunidade de participarmos deste histórico e momento único da vida araranguaense (inclusive solicitando que convocássemos pessoas preocupadas com Araranguá a participar da apresentação).

OBS. Como a arcaica e retrógrada crença política diz que saneamento básico não dá voto, porque não aparece aos olhos do povo, sugerimos aos projetistas idéias inspiradas nos filmes futuristas como Blade Runner, mas talvez não seja necessário porque as coisas estão mudando e os tempos são outros, por isso contrapomos e afirmamos que dá voto sim, mas para os que fazem de forma responsável, não para aqueles que maquiam, até porque a opinião pública não é idiota. Uma obra de 20 milhões que reverterá em benefícios à cidade, com certeza aparecerá sempre nos corações e mentes das pessoas.



Tadeu Santos
Socioambientalista
Araranguá / SC. Outubro/2007

Quem sou eu

Minha foto
Nascido em 22/07/1951, em Praia Grande/SC, na beira do rio Mampituba, próximo às encostas dos Aparados da Serra, portanto embaixo do Itaimbezinho, o maior cânion da América do Sul, contudo, orgulha-se de haver recebido em 2004, o Título de Cidadão Araranguaense. Residiu em Fpolis onde exerceu por dez anos a função de projetista de edificações e realizou o documentário em Super 8 sobre as eleições pra governador em 1982, onde consta em livro sobre a história do Cinema de SC. Casado, pai de dois filhos (um formado em Cinema e outro em História) reside em Araranguá. Instalou uma das primeiras locadoras de vídeo do estado. Foi um incansável Vídeomaker e Fotógrafo. Fã de Cinema sempre. Ativista ambiental da ONG Sócios da Natureza (Onde assumiu a primeira presidência do Comitê da bacia hidrográfica do rio Araranguá – na época um fato inédito no ambientalismo). É um dos autores do livro MEMÓRIA E CULTURA DO CARVÃO EM SANTA CATARINA: Impactos sociais e ambientais. www.vamerlattis.blogspot.com